
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
(PARA-RAIOS E A NOVA NORMA BRASILEIRA)
Por Eng. Diogo Solka de Lemos
Em 23/01/2018
A quantidade de tempestades no Brasil vem crescendo nos últimos anos, e este crescimento é evidenciado pelas notícias dos impactos das tempestades cada vez mais frequentes nos meios de comunicação. O aumento do número de tempestades traz consigo o aumento de descargas atmosféricas para a terra. Isso pode estar associado também ao Aquecimento Global, pois, segundo o ELAT, Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a cada grau de temperatura acrescido à atmosfera do globo, a quantidade de relâmpagos no planeta cresce de 10% a 20%.
Os perigos de maior incidência de raios são bem conhecidos da população brasileira. A cada 50 mortes causadas por raios no mundo, uma é no Brasil, país campeão mundial de incidência do fenômeno. Anualmente, são 130 mortes e mais de 200 feridos, além de prejuízos da ordem de um bilhão de reais no país, segundo o ELAT.
A importância do Para-raios (Nova norma da ABNT)
Conhecido popularmente como Para-raios, o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) tem como objetivo proteger a estrutura física das edificações e a vida das pessoas que as habitam. Porém, há quase três anos a proteção contra descargas atmosféricas de edificações deixou de ser desempenhada somente pelo SPDA.
Desde junho de 2015, está em vigor a nova norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que trata de proteção contra descargas atmosféricas, a ABNT NBR 5419:2015 – Proteção contra descargas atmosféricas, que substitui a versão da norma de 2005. Em contraste com a antiga versão, que tinha apenas 42 páginas, a nova versão possui quatro partes e 309 páginas. A principal diferença entre as duas versões é que, a partir de 2015, a Proteção contra Descargas Atmosféricas (PDA) é desempenhada por um conjunto de medidas de proteção, que inclui, além do SPDA, Medidas de Proteção contra Surtos (MPS), responsáveis por reduzir os riscos de dano permanente de sistemas eletroeletrônicos existentes nas estruturas e, consequentemente, reduzir os custos relacionados às falhas destes sistemas.
Novas exigências para SPDA
Em relação ao Para-raios, ou SPDA, a NBR 5419 trouxe novas exigências quanto às distâncias entre os condutores do subsistema de descida, reduzindo a distância entre eles, conforme ilustra a figura abaixo. Com isso, a quantidade de condutores de descida de um SPDA de mesma classe projetado após 2015 é maior do que a de um SPDA projetado seguindo a norma de 2005. Por exemplo, uma edificação residencial com perímetro de 150m e SPDA de classe II, pela norma de 2005 precisaria de 10 condutores de descida, agora precisa de 15 condutores de descida, segundo a norma de 2015. A quantidade maior de condutores de descida possibilita uma melhor distribuição da corrente de descarga na sua condução até a terra, reduzindo o valor de corrente por condutor e aumentando a confiabilidade do sistema.
O mesmo ocorre se tratando de anéis condutores, que são cintas horizontais que interligam as descidas. Agora elas devem ser instaladas com a mesma distância que as descidas, ou seja, seguindo a tabela da figura acima. Anteriormente, a distância era fixa, a cada 20 metros.
A nova norma traz diversas novas exigências em relação à antiga, tais como, redução dos retículos da malha de captação e redução da distância entre pontos de fixação dos condutores. Todas as alterações foram realizadas visando o aumento de confiabilidade dos sistemas de proteção. Estas mudanças devem ser levadas em consideração nas adequações de sistemas existentes em edificações residenciais, comerciais e industriais. Além de implantação das novas MPS e medidas internas de proteção.
É necessário adequar o SPDA de edificações existentes de acordo com a NBR 5419:2015?
A atualização de projeto e adequação dos sistemas de proteção das edificações existentes é altamente recomendável. Tendo em vista que a NBR 5419:2005 apresenta um método de cálculo de proteção muito mais criterioso que a norma anterior, levando em consideração não só as incidências diretas nas edificações como incidências nas proximidades, nas linhas que adentram as edificações (telefone, energia, etc.) e nas proximidades destas linhas. Além disso, fornece diversas medidas de proteção que não eram contempladas nas normas antigas.
Para realizar as devidas adequações, os responsáveis pelas edificações (síndicos, proprietários, gerentes, etc.) devem procurar um profissional habilitado ou empresa especializada para avaliar a situação atual do sistema.
A Solka Engenharia realiza a análise do sistema e fornece orçamento gratuito para as adequações necessárias. Entre em contato através de um dos meios na seção abaixo!
Referências:
- http://www.inpe.br/webelat/homepage/
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra Descargas Atmosféricas, 2015.


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